sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

POEMA SANTA INGENUIDADE

 

SANTA INGENUIDADE

Procederá da procura da verdade
Duma mente humana
A santa ingenuidade
Que de um lado
Poderá estar aliada à sagacidade
Ainda que à beira do precipício
Não deixa de procurar onde vai a desonestidade
Não se deixa cair no abismo
Ingenuidade assim não e factual
É isenta de lirismo
É extremamente natural
De quem em si acredita
De que, até certo ponto, tudo é normal
Porém a sua mente medita
Reflecte no que poderá vir a revelar-se abissal
A mente que gosta de se apresentar de bem com os amigos
Nunca pode ser, nem parecer desigual
Pactuar com canalhices
Mesmo que advenham do que dizem virtual
Santa ingenuidade
A que sempre transporto no bornal
O que me permite ser sempre eu
Na humildade de um ser normal
Sem qualquer esforço
Tudo sai natural
Não resisto:
- Há dias num encontro que pareceu casual
Algo me foi proposto
A minha ingenuidade, logo me avisou
Esse ser bandido quer deixar desgosto
Como?
Se sou… como sou!...

Daniel Costa

domingo, 20 de janeiro de 2013

POEMA AMOR VERDADE E LEALDADE


AMOR, VERDADE E LEALDADE

“Tudo isto existe
Tudo isto é triste
Tudo isto é fado”
Assim cantou a diva Amália Rodrigues
Num fado que deu brado
No entanto o fado também evoca o amor
Amor, verdade e lealdade devem acompanhar
Acompanhar com ardor
Para que não seja pecado amar
Sempre se verificar esse penhor
Se nos sentimos correspondidos, jamais estaremos sós
Amar de verdade, nunca pode ser apenas
A uma voz
Aliás podem ser duas almas
Num entendimento permanente sempre a uma só voz
Que não se vacile um momento de atapetar os caminhos de palmas
Esconder verdades sempre será
Desviar da eternidade duas almas
Que devem caminhar juntas
Caminhos de verdade e lealdade
Como pedras preciosas, reluzentes
Dando exemplos de sinceridade
Sem verdade não há amor que resista
Sempre será mais salutar partir
Deixar em aberto as réstias de amizade
Novos caminhos virão para novos rumos seguir
Que não de percam almas por talvez ocultarem insanidade
Que poderão, sem entender. ocultar
Ser humano é não pensar em maldade
É tentar usar
Sã mentalidade, é viver pensamentos de verdade
Será equacionar um mundo
De amor e felicidade

Daniel costa

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

POEMA FADO SUA CAPITAL LISBOA




                                          

FADO SUA CAPITAL LISBOA

“O fado por castigo
Mora sempre num bairro antigo
Num bairro antigo”
Foi assim que Mariema
Artista de revista o enalteceu
Dando voz a um poema
Num teatro, à portuguesa, em jeito de fado
Nos anos sessenta, foi no Parque Mayer
Numa canção que deu brado
O teatro de Revista
Sempre foi abrilhantado
Pelo fado, pela voz de grande fadista
O fado que nasceu em Lisboa
Sempre se agigantou altruísta
Depois, vozes, como a de Amália Rodrigues
Nas grandes salas do mundo cantou-o e fez vista
Mais, modernamente, Mariza
Grande expoente
De entre muitos outros bons fadistas, uma divisa
Fado é canção, genuinamente, de Lisboa
Na noite de vinte e cinco de Novembro
De dois mil e onze confirmou-se ser canção de proa
Foi na Indonésia, Ilha de Bali
Que o fado foi votado e consagrado pela UNESCO
Foi no longínquo ali
Que a canção alfacinha
Passou a ser Património Cultural Imaterial da Humanidade
Um feito, o fado uma canção rainha
O fado já ecoava no mundo inteiro em profundidade
Primeiro nas grandes cidades do Brasil
No Rio de Janeiro, que o terá ajudado a chegar à maioridade
Está também radicado em São Paulo
Firmando a sua sensatez de cerca de dois séculos de idade
Elevou-se o fado
A Património da Humanidade

Daniel Costa

domingo, 13 de janeiro de 2013

POEMA MARQUÊS DE POMBAL


MARQUÊS DE POMBAL

“No tempo do Marquês de Pombal
Usava-se em Portugal, o cabelo até aos pés
Agora só se usa o cabelo rés-vés”
“Oh Marquês!...
Vem cá abaixo outra vez”
Diz-se por aí no país, que precisava
Não de outro désposta como também foi o Marquês
O de Pombal que entre ideias liberais praticava
Também Conde de Oeiras
Onde hoje existe outra espécie de conde
Que à justiça arma ratoeiras
O Marquês de Pombal
Lá está altaneiro na sua estátua
Numa das principais Praças de Lisboa, de Portugal
Uma beleza, na estatuária, talvez sem parceiro
Num grandioso pedestal
Foi o nosso Primeiro
Como ele, por ironia, aqui nunca mais houve igual
E o País eternamente carente de dinheiro
De tudo, da justiça que impôs, de que já não há coragem
De acabar com a corrupção
De todo o mundo ladrão, a nefasta e tormentosa aragem
E o Marquês tomou a opção
Apesar de ter de se debater com terramoto
De um de Novembro de mil Setecentos
Ano de cinquenta e cinco, hoje maremoto
Teve de mandar reconstruir parte de Lisboa
Foi o promotor da primeira região demarcada vinhateira
A do Alto Douro como proa
No Brasil criou a Companhia do Grão Pará e Maranhão
A de Pernambuco e Paraíba
Na Bahia, capital de Salvador, sua estátua também faz figurão
Oh!... Marquês desce, vem cá abaixo outra vez
Para que Portugal volte ser grande Nação!

Daniel Costa
Poema e foto


quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

POEMA MENTIRA


POEMA MENTIRA

“Coitado do mentiroso
Mente hoje, mente sempre
Ainda que fale verdade todos dizem que mente”
Mente-se por piedade
O verdadeiro mentiroso
É aquele para quem não há realidade
Imagina-a ele próprio
Inventa a sua verdade
Será doente, não admite
Pode mentir por vaidade
Será carente de afirmação
Mente por ansiedade
Vive no seu mundo que deseja profundo
Sente necessidade de esconder a verdade
Mente, mente e mente
Mente, escondendo a idade
A mentira é um polvo que envolve com a perna longa
Quando sabe reunir mais mentirosos
A mentira se prolonga
No mundo dos maldosos
Dos que a sabem tecer
Para quem vive no mundo dos manhosos
A verdade não pode acontecer
Tenta proliferar
Porém, o mundo contrário
Sempre a procura obliterar
Que fazer?
Lutar a vida inteira!
A fazer a verdade prevalecer
Para que ela seja mesmo como o azeite
Fazer com que venha à tona, possa acontecer
Depois gritar bem alto:
- A verdade está agora a acontecer e a viver!...

Daniel Costa


quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

POEMA SEVERA CABRAL (ESCRITORA)







POEMA ESCRITORA SEVERA CABRAL



Foi outrora afinal

Que procurei cena menos bucólica,

A escritora Severa Cabral,

Nunca terá deixado de a ter como simbólica,

Aposto! Que desigual!

Dentro do seu peito, o não ser melancólica

Luta como que um ser medieval,

A fazer subir a serra, actual eólica

No FOLHAS DE OUTOUNO é magistral

Que mulher aquela! Carismática, quiçá apostólica!

Sem deixar o seu lado sensual.

A sua razoabilidade, diria, angélica!

Serena, actual!

Serenamente, prosaica, poética

Numa vertente coloquial,

Que se pode ler, imaginando réplica,

Réplica verbal,

De descrer, apenas imagética

A escritora Severa Cabral,

Mulher sábia, talvez lhe advindo da genética,

Apresentando simplicidade intelectual

Temente e profética

Reverente, tanto como irreverente, proverbial!

Dedução; vezes menor, sempre benéfica

Eu poeta, usou visão sensorial,

A tentar desnudar o intelecto dessa mulher simbólica,

Que escreve gostosamente bem, Severa Cabral


Daniel Costa

domingo, 6 de janeiro de 2013

POEMA O VERDE E O TABLADO



O VERDE E O TABLADO

 Naquela pequena cidade
Do Brasil, Maranhão
Como não é grande, configura comunidade
Não é à beira-mar, é Açailândia
Passa uma ribeira, como unidade
A de Walter Figueiredo
Onde todos se banham com sanidade
É lá que as mães levam as crianças
Todos se podem banhar na realidade
Depois, descontracção em cima do tablado
Com muita simplicidade
Ou a cidade não fosse nordestina
Do imenso Distrito do Maranhão
Onde o folclore muito próprio domina
Assim os poderes locais pensam no seu povão
O tablado, a relva verde
A ribeira sempre à mão
O calor a insinuar constantes banhos
Banhos de imersão
De novo o apelo ao tablado
Que está em cima da relva verde para descontracção
Do povo da cidade de Açailândia
Cidade do Maranhão
Nordeste do Brasil
Onde o Marquês de Pombal teve intervenção

Daniel Costa