AMOR NA CARAVELA
No longínquo mar, o poeta não esqueceu a ela,
Em longínquos séculos,
Amor na caravela!
A localização do amor era de cálculos,
Porém sempre o poeta vela,
Desde a aurora e sempre, sobretudo nos crepúsculos,
Quando o amor mais se lhe revela,
Nos inflamantes e morosos círculos,
Amor na caravela!
As velas ao leu, com e sem obstáculos,
De forma magistral a pensar na observação da viela,
Onde ela passava, se bamboleava, a parecer tabernáculos,
O coração batia, na esperança de voltar a vê-la,
O ciúme entremeado de confiança, os amores tornava másculos,
Amor na caravela!
O poeta marinheiro, quiçá de pensamentos e maiúsculos,
Descia ao porão, com esses pensamentos fixos na donzela,
Que no seu íntimo, o esperava como vínculos,
Sempre sonhava com a viela,
Como se fossem oráculos,
Amor na Caravela!
Amor naqueles habitáculos,
O rei e Deus ordenavam, se chegasse com as velas,
Aos pináculos, se fizessem séculos iméritos,
Seria o modo da cristandade, ser feita de novela,
Novela da miscigenação, tentáculos,
Amor na caravela,
Na altura, amar era pecado, mas o poeta viu bem os vínculos,
Como o amor actual, os revela,
Eles ficaram como veículos,
Ficaram, como factual manivela,
A demonstrar que o amor também viajou na caravela!
Amor na caravela!
Amor na caravela!
Amor na caravela!
Daniel Costa