sábado, 30 de março de 2013

POEMA AMOR DESCABELADO

AMOR DESCABELADO

Quiçá amor desejado
Algures noutra galáxia
Sonhei com um amor descabelado
Longe de sentir como falácia
Senti-me atordoado
O amor que senti seria de diferente galáxia?
Seria desejo, o amor descabelado?
O amor era de beleza
No sonho parecia um amor prendado
Seria desejo?
Desejo de ser beijado
Amar um ser de outro mundo seria desejo de ensejo?
Seria amor prendado?
Naquele sonho de desejo
Amor descabelado
À antiga, tentei roubar um beijo
Num misto de homem e ser alado
Seria arroubo de poeta?
De sentir amor abrilhantado
Noutra galáxia, num mundo de outro planeta
Amor descabelado
De outra galáxia
Amor multifacetado
Quando o sonho findou
Ficou o amor, a ideia de um ser amado
O coração saltou, a mente imaginou
Um bonito amor descabelado

Daniel Costa

POEMA A FADA DA FANTASIA



A FADA DA FANTASIA


De espírito sempre a voar vivia
A vetusta fada imaginava
A fada da fantasia
Fantasiava e voava
Até que um dia
A idade pesava
Em depoimentos se desfazia
Recado apresentava
O mundo ouvia
Ela a representar convidava
O mundo saber queria
De um querer que amava
Amava a sua fantasia
Menina enlevada
Sempre fazia o que queria
Sendo fada foi amada
Quando imaginava, fugia
Fada de alma pirada!
Refugiava-se na sua fantasia
Sempre amava
Aconteceu um dia
Já não se sentia admirada
Pareceu-lhe que envelhecia
 Fada desvairada
Desde então se condoía
Fada pirada
Rodopiava e gemia
Já não sentia jeito para a vida animada
De outro dia
Fada do amor viciada
Fada da fantasia

Daniel Costa


sexta-feira, 29 de março de 2013

POEMA ANJO BIZARRO


ANJO BIZARRO

Nosso sorriso jamais será amargo
Se tivermos a permanente companhia
Do nosso anjo bizarro
A vida deverá ser vivida com bizarria
Devemos sonhar o amor
O grande amor de antologia
Anjo Bizarro
Que nos segredará da sua academia
Ao nosso redor entoará a celestial canção
A que sempre esperamos seja melodia
Seja cantada em oração
A que imaginámos, sem ironia
A que alimenta o coração
Anjo Bizarro
Com toda a plâeides de anjos
Com fervor sem embargo
Acena com as asas a todos os arcanjos
Toca a trompeta, num sorriso largo
De alento e paixão
Da prancheta do teu quadrado ora e implora
Que uma chegada de amor jamais seja ilusão
Que o mundo se adore
Em perfeita comunhão
Anjo bizarro
Anjo de fascinação

Daniel Costa

quarta-feira, 27 de março de 2013

POEMA DIA MUNDIAL DA POESIA



DIA MUNDIAL DA POESIA



Estamos no Dia Mundial da Poesia
Então como poeta o que faço?
O que faço neste dia?
Estamos a vinte e um de Março
É Dia Mundial da Poesia
Então… que faço?
Homenagear os poetas, com muita porfia
Num florido regaço
Dia Mundial da Poesia
Mais visível no País irmão, noutro espaço
A poesia é mais exaltada no seu Dia
Desejo também enaltecer a poesia deste pedaço
Do hemisfério norte, rectângulo de sol e melodia
Desejo todos os poetas unidos num abraço
Tentando ser bom guia
Atrair ao meu espaço
Dia Mundial da Poesia
Amando a poesia, meditando nos poetas me desfaço
Tudo que passa na sua filmografia
Para os poetas bloguistas de ambos os países o meu abraço
Dia Mundial da Poesia
Grandioso e grandiloquente, espaço
Como brasileirão confesso, medito no que ser devia
Portugal meu berço, de amor de que, sou nato
Como Pais irmão, adoro o Brasil onde passo de vigia
Aos poetas blogueiros, na fala do Brasil é um facto
Amigos amo-vos, mesmo que sejamos muitos, ver todos gostaria
Amar todos os seres, não esperem de mim outro impacto
Dia Mundial da Poesia
Não cito, não o faço, antes um grande e extensivo abraço
No Dia Mundial da Poesia

Daniel Costa


terça-feira, 26 de março de 2013

POEMA QUANDO O AMOR ACONTECE


QUANDO O AMOR ACONTECE



Quando o amor acontece
Foi um anjo que nos acenou
Foi Deus que o enviou e a vida floresce
É o cupido que com a sua seta atirou
Esse o anjo que a vida enobrece
O anjo junto ficou, o amor comandou
Quando o amor acontece
Se ama como nunca se amou
O enobrecimento da alma é benesse
O mundo circundante emudecido ficou
A garridice se desvanece
A amar sempre, se prontificou
Quando o amor acontece
Um azimute se mudou
Um coral de anjos enternece
Um deus menor se orgulhou
Quando o amor acontece
O próprio amor do mundo se exaltou
Rejuvenescido floresce
Aos deuses se curvou
Quando o amor acontece
Na mais bonita flor se tornou
Jamais esquece
Horto, haikai com o orvalho se adornou
Quando o amor acontece
Num grande e florido jardim se transformou
O mundo floresce
Porque alguém ama e amou
Quando o amor acontece!!!


Daniel Costa

segunda-feira, 25 de março de 2013

POEMA ELAINE NEVES



ELAINE NEVES

Com pensamentos breves
Se pode imaginar um poema
O poeta teve em mente Elaine Neves
A imaginação poderá estar no ar
Viajar em ultra-leves
Passar no ar e pairar em Canoas
Encontrar Elaine Neves
A mulher de felicidades boas
Naquela cidade de Rio Grande do Sul
Deambulam pessoas
Nas suas límpidas águas marinhas
Navegam grupos de canoas
Daí advém o nome da cidade
Não são necessárias loas
Elaine sabe que ali viveram os índios Tapes
Seriam coroas?
A interessante e romântica
Sonhadora até mais não
Demonstra a sua filosofia quântica
Seu signo balança ou libra
O de mulher de mente equilibrada
Mulher romântica de fibra
Tomar conhecimento dessa mulher de Canoas
Elaine Neves, desse mundo azul
Foi das coisas boas
Das coisas boas e breves
Que orgulham qualquer poeta
Eis a mulher romântica: Elaine Neves

Daniel Costa



domingo, 24 de março de 2013

POEMA GAIATA COTEMPLATIVA



GAIATA CONTEMPLATIVA


Sorridente, pose altiva
Vim de longe pela beira-mar
Gaiata bonita e contemplativa
Em ti reparei como se olhasse um altar
Tal me pareceste linda e sugestiva
Com a areia da praia a teus pés
Mente cortês me pareceu construtiva
O forte azul do mar
O olor a maresia contrastiva
Nosso olhar se encontrou
De imediato me pareceste uma diva
De parte a parte chispou e se fixou
Equacionei seres a mulher ideal para a minha vida
A ti me juntei, julgo que te jurei amar
Vi-te bonita mas confundida
Fui-te falando e conquistando
As juras de amor te fizeram atrevida
Sentiste como é bom amar e gostar
Gaiata contemplativa
Depois como jamais alguém, te fiquei a amar
Te quero como a uma santa
Como a dum altar
A mente te traz numa redoma
Quero-te ter para exaltar
Ter-te como minha
Amar será uma forma de te adorar
Agora que és o meu amor
Gaiata contemplativaD
Serás exaltada com ardoroso calor
Gaiata contemplativa
Vem ser minha
A minha verdadeira diva!!!

Daniel Costa


sábado, 23 de março de 2013

POEMA ANJO AZUL




ANJO AZUL

Do Tejo fica a sul
O grande amor
Como um anjo azul
No estuário passar é desejo
Ver aquele anjo
Soltar a amarra com um longo beijo
A amarra do barco cacilheiro
Estar em sintonia perfeita
Parfeita sintonia com o seu timoneiro
Anjo azul
Te acolho com desvelo de primeiro
Ainda que o teu sul
Seja longínquo, serei parceiro
A vida inteira
Mesmo que seja terceiro
Te consagrarei minha loucura
Sem igual parceiro
Pode ser amor de brandura
Amar não é pecado
Porque não sentimento de felicidade?
Desejada por alguém
Em qualquer, em qualquer idade
Anjo Azul
Anjo de amor correspondido
Numa cidade de qualquer quadrante e a sul
Onde paire um bonito amor
Um anjo azul reluzente
A embevecer o próprio sol
Amor transparente
Anjo azul
Acompanha-o com a tua auréola fluorescente
Mesmo que sejas mensageiro do sul
Repara amor
Como é belo o anjo azul

Daniel Costa

sexta-feira, 22 de março de 2013

POEMA DOSE DE LOUCURA


DOSE DE LOUCURA

Será a humana brandura?
Que me importo pensem que tenho uma dose,
Uma dose de loucura
Serei capaz de a erguer
Numa noite escura
Como um facho a arder
Por uma causa das que a sociedade não atura
Quem a brandir terá de temer, fazer-nos tremer
Se nos pedem com um misto de humidade e secura
Nossa mão, deveriam lamber
Ser capazmente íntegros, para não semearem a agrura
Pensem um mundo, usando uma dose,
Uma dose de loucura
Não valem vigílias
É preciso semear em tempos de amargura
Para o conseguir não servem chás de tílias
Que a tocha fique incandesce na noite escura
Criar espírito de união
A iluminar caminhos
Para que todo o mundo fique a flutuar em comunhão
Que os grandes senhores
Tenham espírito de missão
Que evitem nefastos esplendores
E procurem a necessária preparação
Para semearem amores
Devem ao povo essa atenção
Amem sempre senhores
Paguem tributos de menção
Para que termine a agrura
Que todos, sem excepção!
Ergam um facho a arder na noite escura
Utilizemos, em união,
Cada qual uma dose de loucura

Daniel Costa


POEMA EVOCAÇÃO DO INHAME



EVOCAÇÃO DO INHAME

Não és tubérculo de planta endémica
Inhame… Inhame… Inhame!
Na alimentação és tradicionalmente, sistémica
No sudoeste do Brasil, diria do seu nordestino
Da sua alimentação és tradição
Cumpres um sistemático destino
Porém existes em variadas partes do globo
De variedades és como destino
Cerca de cento e cinquenta variedades
Empregas muita gente no teu cultivo
És base de alimento nas várias idades
Abundas em regiões tropicais ou subtropicais
Serves também de base alimentar em cidades
A tua estrutura pode ver-se ao cimo da terra
Escorada em trepadeiras
Que fazes questão de pôr na berra
Sendo tubérculo muito nutritivo
Dispensas de muitos cuidados, ainda que na serra
És planta modesta, inhame
Contigo as ervas daninhas competem, em guerra
Inhame… Inhame… Inhame!
A beleza do teu verde está um pouco por toda a parte
Nos Açores - Europa, Américas, até no Suriname
Na Ásia, na África, na Oceânia, és planta dessa arte
Assumes algumas designações
O teu nome cientificado é Dioscorea – Deoscorease
Designações, conforme as tuas regiões
O teu tubérculo é cozinhado, depois descascado
De carnes acompanhado até nos africanos Bantustões
Inhame… Inhame… Inhame!
Eu te invoco, procurando não criar confusões

Daniel Costa

quinta-feira, 21 de março de 2013

POEMA A COR DA FELICIDADE



A COR DA FELICIDADE

Procurada, sabemos não ter idade
Sua cor, embora suspirada não existirá
Esse dom, esse bem que é sentir a felicidade
É cristalina, incolor como a água pura que há
A de rios ou fontes, nem sempre a da cidade
A felicidade mora perto, dentro de nós quiçá
Nunca está longe, nem na comunidade
Se queremos atribuir-lhe sabor
Então procuremos na areia duma praia
Se olharmos com pundonor
Como desafio, não encontraremos cambraia
Símbolos de felicidade de amor
Simples corações que se desenham na areia
Falta gritar bem alto com fervor
Fica-se como que enleado na teia
Para dizer EU AMO! Meu anjo senhor
Não procuremos a felicidade como quem a granjeia
Ela está perto, dentro de nós, é penhor
Nunca a encontraremos longe
Podemos sempre exibi-la, atraindo o amor
A cor da felicidade é coisa inexistente
Ela, para ser pura, é incolor
Nasceu para nunca ter idade
Faz parte deste mundo do amor
Eis o que será a simples cor da felicidade
Felicidade com sabor
 A cor da felicidade!
Felicidade do amor
 
Daniel Costa

quinta-feira, 14 de março de 2013

POEMA FESTA DA MÚSICA




Vocalista da Orquestra Feminina D'Cache
Colombiana
FESTA DA MÚSICA

Como a brilhante flor da giesta
Vivamos a festa da música
Façamos da própria vida uma festa
Vida de sonhos e emoção
Como se seguíssemos em caminhos ladeados por esta
Em pensamentos de bucolismo e comoção
Viver em permanente alegria
Como a recitar um poema, uma oração
Festa da música
Alegria de viver, ter apaixonado o coração
Seja a música da vida
Sentida com devoção
Festa da música
Alegrando sempre a doce paixão
Ainda que vivendo com amor de bucolismo
Temos à mão a festa da música
Nunca nos deixemos cair no abismo
Viver a delícia de estarmos sempre felizes
Sentir o bucolismo sem lirismo
Neste mundo vogaremos, evitando deslizes
Festa da música
Festa da música de muitos matizes
Violas, pianos, saxofones
De bucolismo: flautas, assobios pastoris!
Podemos imaginar de tudo, lembremos xilofones
Música romântica, ou de gestos febris
Como o Rok, o jazz
Música urbana, “countris”
Música, sempre festa
Tudo vida reluzente e colorida
Como a florida giesta

Daniel Costa

sexta-feira, 8 de março de 2013

POEMA A QUEBRA DE UM TABU


QUEBRA DE UM TABU

Era o tempo da cultura de baú
No tempo dos sonhos de namoricos
Quebrei um tabu
De tanto me querer embelezar
Não queria parecer cru
Ali fui o primeiro, a cabeça destapar
Na grande aldeia natal
Aos Domingos boné deixei de usar
Boné ou boina à espanhola
Deixar de usar a vestimenta, menos iria custar
Foi na Bufarda, Peniche cidade
Talvez charme, para de mim se gostar
Se passara eu a gostar mais de mim!
Que mulher iria indiferente ficar?
Não iria gostar melhor assim?
Aos Domingos na revoada viajar
Por aldeias distantes, até encontrar um fim
Para a cabeça empinar
Onde já pouco se apreciasse o que para mim foi tabu
Onde já se vislumbrasse
Cultura que não fosse de baú
Desejava que a mim chegasse
Para não ficar meio cru
Ao Domingo contra ventos e marés
Próximo do mar
Desejava ter o mundo mais a meus pés
Num mundo mais bonito apostar
Sem coberturas ou bonés
Era mister desenvolver a cultura de baú
Um novo mundo começar absorver
Acabando, como principio, com aquele tabu

Daniel Costa



quinta-feira, 7 de março de 2013

POEMA NA MADRUGADA ACONTECEU


NA MADRUGADA ACONTECEU

Mil e novecentos e cinquenta e sete, ao Júlio e eu
Em vinte dois de Janeiro, propriamente dito
Na madrugada aconteceu
Bicicletas emprestadas, a que montava do Alípio
Em Miragaia trabalhávamos, Deus meu
Ali trabalhávamos, nos alimentávamos e dormíamos
Para mim, para a minha tenra idade, era a liberdade do céu
A dez quilómetros, na aldeia de nascimento
Havia a festa a Santo Antão
Numa freguesia, alheia ao invento
Estamos a trabalhar na Lourinhã vinhateira
Para nos deslocarmos só na noite, o que exigia talento
Ao Domingo, de dia íamos a pé, a corta mato
Encurtava-se um quilómetro e havia alento
Mas de noite quem poderia assim ausentar-se
Ausentar-se por horas? Só almas ao vento
Pensado, dito e feito
Feito com bicicletas emprestadas, processo lento
Simpatias, o melhor penhor
Foi como nos saísse o brinde no bolo, ao Júlio e eu
Fomos à festa profana de Santo Antão – Senhor
Advogado dos porcos, Deus meu
No arraial da festa, o Júlio, mais dedicado ao deus Baco
Ali nas tasquinhas confraternizou, como ateu
Ali estava, o eu, no arraial, fazendo olhinhos à pretendida
Com a pouca sorte, de adolescente, que um anjo me deu
Chegou a madrugada, sessão da festa acabada
Na abalada, no regresso, o Júlio adormeceu e numa árvore embateu
Seguiu-se a solidariedade, bicicleta a ficar num oito
No derradeiro troço da estrada, os ombros conheceu
Funcionaram duas almas e a companhia de transportes - pés
Na madrugada aconteceu

Daniel Costa

segunda-feira, 4 de março de 2013

POEMA O SOL NASCENTE DA PRAIA DO AMOR


 
O SOL NACENTE DA PRAIA DO AMOR
A beleza é esplendor
                               Se visitarmos a Paraíba
Não esqueçamos a Praia do Amor
Passar por João Pessoa, que ninguém se iniba!
De sentir as lendas, esse atraente vector
 Não confundir, deusa iba!
No Brasil outra praia do mesmo nome, também de frescor
Talvez menos incisiva,
Aqui, já os Índios iam celebrar o amor
O calcário, a lenda do arco, teriam deixado directiva
Os amigos Índios, antepassados plebeus, tisnados de cor,
Iniciaram os Índios a passar sob o arco, atitude decisiva,
Ficou o clamor!
O sol nascente, brilhante, reluzente, o activa,
Para que em cada dia, mais se reveja essa deusa do amor!
Ah… O sol nascente matiza, a missiva,
De eterno ardor,
De coqueiros e verdura, a orla provida!
Praia do Amor!
Beleza produzida!
Atraente, profética, Praia do Amor!

Daniel Costa

sexta-feira, 1 de março de 2013

POEMA EU PESCADOR ME CONFESSO



EU PESCADOR ME CONFESSO

“O trabalho do menino é pouco
quem o despreza é louco”
Dizia muito a Karola
Muito em segredo ti João Silvestre
Ora aquela bruxa sacola!...
Aos dez anos comia já o pão que o diabo amassou
Dez anos ao sair da escola
Aos doze anos, sendo humano como sou
Ser mariscador amador
A mente sempre irriequieta pensou
Numa tentativa de contribuir mais para o orçamento familiar
Como companhia imaginei a ti Lourdes
Também a ti Alzira, bastava o pai autorizar
A andar quatro quilómetros
Para chegar àquele perigoso mar
Já ali em perfeita comunhão com a natureza
De pesqueiro em pesqueiro saltitar
Se não fora as lapas de que a mãe fazia saboroso pitéu
Por vezes todo o tempo do mundo e sem nada apanhar
Acumulando com gosto maquinei ser também pescador
Outro patamar!
E tanto meditei que apenas só uma vez ver fazer
Anzóis aprendi, como qualquer marinheiro, a empatar
Dinheiro para custo de anzóis e fio, foram de temer
O resto seria artesanal
A cana do canavial onde a fui escolher
Por mãos próprias trabalhada, um mimo sem rival
Para o pai de novo aceder
A companhia de um seu amigo
Apresentei para me proteger
Era o Júlio, com a ajuda dele
Tentar apanhar robalos, sarguetes ou bodions com a força do querer
Aconteceu uma dia, escolhemos um lagedo
Nada o fazia prever
Dentre bastante entretenimento, confesso
Com o entusiasmo escapou que a maré estava a encher
Fui mariscador de polvos e navalheiras
Vislumbrei ali a morte a temer, nada de dor
Bastante pesquei
Confesso que fui pescador

Daniel Costa