segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

POEMA ABEL FIGUEIREDO

Foto que recebi na Portugália - Dundo

Foto: Daniel Costa

ABEL FIGUEIREDO

Se vos contasse um segredo?
Há cerca de cinquenta anos
Estabeleci amizade com Abel Figueiredo
Foi em terras de Angola
Ambos mobilizados na guerra
Naquela “maka” que serviu de “escola”
Formámos uma parceria:
Coleccionar fotos de artistas
Iniciada na cidade da Gabela
Seguindo as pisadas
Rumámos à longínqua cidade do Dundo
Víamos filmes, Casa do Pessoal, um com a bela
Com Cláudia Cardinal
Que mulher bela, aquela?
Uma deusa, do tempo, afinal
O Abel Figueiredo, cinéfilo que era
De filmografia sabia sem rival
Jogava futebol pela tropa
O guarda-redes era ele e não era banal
Os adversários eram melhores que o nosso grupo
Nunca a tropa ganhou ao rival
O Abel e eu subimos, fomos substitutos
De militares supostos, terem preparação especial
Num extremo norte de Angola
Foi nessa zona quioca, que em clima quente, tropical
Na vila de Portugália, junto à capital dos diamantes
Na cidade do Dundo, ainda aí era Portugal
Com calor, com mais de cem rapazes
Celebrámos o segundo e último Natal
Era a África, Angola desse tempo
De mil novecentos e sessenta e três a saga no final
Ainda hoje o que veio a ser radialista desportivo
Abel Figueiredo
Faz o favor de ser amigo

Daniel Costa

3 comentários:

  1. Que bela história meu amigo! Lindo quando estas recordações afloram à memória e deixamos a emoção tomar conta de nosso coração. E transcrevê-la em versos foi sublime.
    Beijinho de amizade
    Gracita

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  2. Que maravilha, Daniel.
    Gostei muito!

    Bjs.

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  3. Os anos passaram e a história você conta em versos. Muito bom! Bjs.

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