sexta-feira, 6 de maio de 2011

POEMA CINEMATECA DA MEMÓRIA


CINEMATECA DA MEMÓRIA

Como um prontuário retenho tudo como glória
O meu pensamento é como um repositório
Cada momento ficou retido num recanto da memória
Vida bastante vivida se alonga, é como numa cinemateca
Ainda que seja sofrida retém a minha história
A vida é feita de momentos, que um optimista guarda como bons
Como a partida para momentos de efémera glória
Como partidas para momentos bem vividos
No fundo é na aventura que se fundamenta a minha história
Aconteceram-me momentos um pouco cinzentos
Momentos dolosos, que ficaram como vida ilusória
Momentos vividos, que não são esquecidos
Não servem, porém para escrever a minha história
Fizeram parte da vida sim!
Nunca tornaram a vida inglória
Recordo essa diva, vivi-a talvez com lirismo
Nunca dispus de tempo para estar triste
Estarei a viver num mundo bonito, esqueço qualquer abismo
Não creio viver um milagre
Mais que ninguém, deuses meus, nada de eufemismo
Apenas poderei acreditar no milagre do querer
Na capacidade de sofrimento
Do irreprimível desejo de sempre amar a vida e viver
Amar a vida em cada momento
Ir guardando na cinemateca da memória
O acumular mais beleza é da minha própria natureza
Acumular mais belos episódios na minha história

Daniel Costa

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