quinta-feira, 22 de setembro de 2011

POEMA TRINTA DE ABRIL


TRINTA DE ABRIL

Recordar o Domingo é normal
De mil novecentos e cinquenta
Trinta de Abril, um dia transcendental
Trabalhar sempre de qualquer maneira
Tarde soalheira, movimentação no quintal
Emocionada a tia Lourdes
Comandava a operação
No belo e reluzente dia
Acompanhara o pai a trabalhar no fanfarão
Não brincar ao Domingo, via como pecado mortal
Ano cinquenta decretado Ano Santo
Em casa, ano especial
Na aldeia, onde nasci
Orla do mar, meu Oeste natal
Passara o ano quarenta e nove
O terreno prenhe apresentava agora seca brutal
A falta da produção de sobrevivência
Ameaçava de mais pobreza, de fome geral
Em cinquenta tudo mudara
O apresentava-se de sonho, um sonho mais real
A terra a produzir
No dia trinta de Abril o “clãn”a aumentar
Primavera campos a florir
Passaram a ser sete as bocas a alimentar
Agora mais duas crianças para sorrir
Mais tarde o avô com a sua providencial bengala
Avaliara o monte de maçarocas, o imediato porvir
Pé em riste disse: vinte e cinco sacos!
Bastante pão, depois do milho moído!
Zé: terás para distribuir bastantes nacos
A abundância te fará sorrir então
Para lembrar o trinta de Abril
Unidos, fazemos um festão
Passou a ser mais um dia anual
De recordar, um dia familiar de íntima união

Daniel Costa

3 comentários:

  1. Que lindo Amigo Poeta!!

    Seu talento me encanta!!

    bj

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  2. E enfim, a abundância, para vencer a fome e constituir um marco nas recordações.
    Bjs.

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  3. Daniel

    Tempos de dificuldades reais em que um pequeno aumento de "receitas" era motivo de celebração.
    Aqui, tudo frutificou, mesmo em bocas para comer.
    Lindo relato de outros tempos que eram menos facilitados pela vida.

    Abraços

    SOL

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