sexta-feira, 30 de novembro de 2012

POEMA ENCONTROS E DESENCONTROS


ENCONTROS E DESENCONTROS

Faz parte da vida sem confrontos
Momentos de felicidade
Encontros e desencontros
Dela são parte, há que vivê-los sem ansiedade
Saber estar atentos
Saber esperar pela suma verdade
Exibir capacidade de sofrimento
Sofrimento com serenidade
Se os casos tratam de amor
Há que confiar em quem sofrerá com a maldade
Se nada podemos fazer, devemos confiar que se vença a dor
Encontros e desencontros
Acontecem, a vida depois terá mais sabor
Tenhamos sempre fé
Sem nunca perder o amor da nossa flor
Que, como estímulo, pensará em nós
Ternamente com o seu amor
Amor que nos desencontros
Lealdade, vamos supor
Porque não pensar em felizes encontros?
Estarão unidos dois seres
Encontros e desencontros
Dois mundos duas formas de viveres
Porém no amor estarão sempre prontos
Nunca haverá os esqueceres
Interregno para novas felicidades
A felicidade de novos encontros
Viveremos a esperança sem formalidades
Encontros e desencontros
São tropeções nos caracteres das desigualdades
Tornemo-los encontros
De felicidades

Daniel Costa

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

POEMA ALFAMA DOS MARINHEIROS




ALFAMA DOS MARINHEIROS

Os primeiros marinheiros ficaram com fama
De serem primeiros a embarcar nas caravelas
Terão nascido na velha Alfama
Bairro muito antigo cheio de vielas
O fado que se canta no bairro mais antigo de Lisboa
É da tradição que terá nascido no da também velha Mouraria
A Canção nostálgica e boa
Andava ainda com bota de salto
Está, fez e faz escala na Madragoa
Pairou no Bairro Alto
A voz de uma fadista que na grande cidade ecoa
Uma das maiores do mundo
O vadio anda por toda a Lisboa
O da voz melodiosa de emoção, inunda a fundo
Em São Paulo, Brasil, uma das vozes do fado eleitas
No “Alfama dos Marinheiros”, mulher de bonita voz, bem timbrada
Que, regularmente, pode ser ouvida é Fernanda Feitas
Uma Fadista que o fado seduziu
Tornou-a das suas eleitas
Talvez por castigo o fado num bairro antigo nasceu
Corre o mundo, mas São Paulo fixou Conceição Feitas
No “Alfama dos Marinheiros” que jamais será plebeu
Com vozes e reportório de eleição
Vozes nem sempre de Lisboa, que sabe um pobre poeta como eu?
O fado é das vielas e das veias de Lisboa
Jornadeia pelas grandes catedrais do mundo da canção
A canção de feliz nostalgia dele já faz parte
É como uma oração
Em São Paulo pode sentir-se a nostálgica felicidade
No “Alfama dos Marinheiros”
Portuguesa radicada, a cantar é Conceição Freitas
Com a beleza da sua voz
Uma voz bela que vive o fado, o fado das eleitas


Daniel Costa

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

POEMA A VIDA E A MORTE





A VIDA E A MORTE


A vida é um bem, é prazer
Procura estar como se quer e deseja
Dá gosto viver
A vida pode ser união, construção
Sabe-se que há o fantasma da morte
E o gosto da vida em comunhão?
Ninguém pensa em tal sorte
A vida segue a sua estrada
Numa noite onde desembocam
Quatro de uma assentada
Havia alguém a dizer que fantasmas tocam
Foi mesmo aí que se encontraram a vida e a morte
Em diálogo evocam
Numa noite escura como breu
A vida com uma auréola brilhante
A morte um fantasma
Que mal se distinguia falante
Então a vida sem se amedrontar
Falou ao fantasma, na morte tonitruante
Ceifas vidas a jovens que iriam muito produzir
Já prometiam naquele instante
Uma grande comparticipação seria de intuir
Responde a morte:
Sou democrata, para mim são todos iguais
Tu defendes os privilégios
Brutais a muitos tais
Deuses a esmo e a gosto, sem frequentarem colégios
A cobrarem impostos aos demais
Deuses a serem como estados
Para os seus próprios cofres régios
Enquanto eu tenho apenas uma seara
Nela incluo e ceifo também os egrégios
Nisto desapareceu, com uma roufenha risada desandou
Deixou a vida sem fala
Até se apagar, a vida continuou
A vida e a morte
São antagónicas
A vida, afinal, será sempre filha da sorte

Daniel Costa


sexta-feira, 9 de novembro de 2012

POEMA MEU CORAÇAO DE PLATINA





CORAÇÃO DE PLATINA



Com o meu crisol
No velho laboratório de alquimia
Numa noite de bonito luar até ao raiar do sol
Do seguinte e maravilhoso dia
Analisei a textura daquele,
Daquele coração de platina que não se abria
A laborar no laboratório, numa noite directa
Coração de platina
Então dormitei e sonhei que teria uma porta secreta
Já tinha verificado
Que a platina era pura e da mais selecta
Desde aquele dia, brilhava o sol
Depois da ternura do luar e da directa
Mais ternura sonhei estabelecer
Desvendaria a entrada da porta secreta
Coração de platina,
Coração de magia
Que estava e bombeava no peito da menina
No laboratório de alquimia
A descoberta faria, não por leitura da sina
Porém, com méritos descobrir eu queria
Coração da mais fina platina
O coração, com a seta de cupido atingiria
Desejava e sonhava,
Sonhava por aquele dia
Coração de platina
A sua porta secreta
Por mim será,
Será aberta


Daniel Costa

terça-feira, 6 de novembro de 2012

POEMA TODO O MUMDO AMANDO


TODO O MUNDO AMANDO

Numa monumental confusão
Dizem, o mundo foi gerado num caos
Desde ai nunca houve paz então
Poetas e prosadores, devemos tocar a rebate
Serenos, devemos ter nossas mentes em união
Para tentar atenuar confusões
Em progressiva comunhão
Ainda que algures em mundos pagãos
Anunciemos um mundo de concórdia
Lancemos mãos do nosso benfazejo poder
Estabelecer um mundo onde não haja mais discórdia
Dizer: não queremos mais torres de Babel
Dos que desejam estabelecer ininterruptas confusões
Favoritas de burlões, seu privilégiado painel
A eles renunciemos e denunciemos com um vigoroso não
Transformemo-los em tigres de papel
A própria natureza está atenta
Não só a eles, também a nós transformará num apodrecido cordel
Acabemos de uma vez com quem atormenta
Na roda desta vida que para muitos é sofrida, é fel
Lutemos sempre em busca da verdade
Fazer tombar os intentos de quem defrauda com falinhas de mel
Com elas decora e esconde
O que lhes conspurca alma, com o seu infame papel
Vamos intensamente clamando
Para que haja sisudez no pensamento
Todo o mundo se amando
Com esplendor, em todo o momento
Todo o mundo se amando
Num sublime intento

Daniel Costa

15 comen

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

POEMA LUISA CARVALHO


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LUISA CARVALHO

Designo por Doutora
Verdadeiramente, apenas os médicos detém a dignidade
E mostra ser uma grande Senhora
Têm direito a usar o título
Apresenta o dinamismo que me faltou outrora
Luísa Carvalho
Passou há pouco e agora
A ser a minha médica de família
Será por respeito a ela, que não menciono
Que não menciono a pena de quem a antecedeu
A sua mediocridade tamanha
Deuses, deusas e Deus meu!
Em Luisa Carvalho noto estimulo
Estimulo ético e um dinamismo muito seu
Em linhas rectas
Mostra que o profissionalismo médico não morreu
A medicina tem lances
A configurar escuro como breu
Quem os pode estudar, resolver tentar
Por certo não poderei ser eu
Luísa Carvalho
Esse ser prudente a estudar a fundo como gente
Como médica de família
Não se arroga, é simplesmente competente
Deviam ser assim todos
Ter isto presente
Não só na medicina
Que fique para sempre assente
Com o exemplo da médica Luísa Carvalho
Este país não se encontraria doente

Daniel Costa
Poema e foto